A Academia Brasileira de Letras elegeu uma nova imortal. Rosiska Darcy de Oliveira será a sexta ocupante da cadeira de número 10, fundada por Ruy Barbosa, e até dezembro do ano passado ocupada pelo poeta Lêdo Ivo. A escritora recebeu 23 dos 38 votos, os outros foram divididos entre 14 candidatos. O segundo mais votado foi o poeta Antônio Cícero.
A escritora atuou como jornalista e colunista de grandes jornais do país. Rosiska já lançou trabalhos de ficção e não-ficção – aqui e no exterior. A maioria de seus trabalhos estão relacionados à trajetória histórica das mulheres e ao atual posicionamento social delas.
A ABL é um ambiente majoritariamente masculino (basta dar uma olhadinha na lista de membros), mas mulheres de grande impacto literário marcam a história da Academia. A primeira a ser eleita imortal foi a escritora Rachel de Queiroz, em 1977. Hoje, nomes como Lygia Fagundes Telles, vencedora de grandes prêmios literários brasileiros, e Ana Maria Machado, que tem uma extensa obra dedicada principalmente ao público infanto-juvenil, ocupam assentos. Zélia Gattai também está entre os poucos nomes femininos que fizeram parte da instituição. Ela foi a sexta ocupante da cadeira 23, que antes pertencia ao escritor e seu marido, Jorge Amado (hoje, quem ocupa a cadeira 23 é Luiz Paulo Horta).
P.S. A cadeira de número 36 da ABL também está vaga. Ela pertencia ao escritor João de Scantimburgo, morto em março deste ano. O novo imortal deve ser escolhido este ano e um dos candidatos é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.